O movimento estudantil, através da Frente de Luta Contra a Reforma Universitária, e o Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL) ocupam hoje (24/05/07) a reitoria da UFAL em protesto contra a privatização da universidade, empreendida pelo Governo Lula (em nível nacional) e pela Reitora Ana Dayse (na Ufal). As políticas implementadas na UFAL a coloca a serviço do setor sucro-alcooleiro, o grande responsável pela miséria alagoana. Portanto, estamos aqui por uma universidade que se volte aos movimentos sociais do campo e da cidade, que rompa com os usineiros latifundiários.
A UFAL, seguindo a tendência nacional, vem sofrendo um intenso processo de privatização interna. Enquanto a assistência estudantil é precarizada, quase toda capacidade produtiva da UFAL é apropriada pelos usineiros, tudo com a condescendência e apoio da administração da universidade. A universidade deve se voltar para os interesses do povo, por isso exigimos a criação de uma Escola Agrotécnica de Agricultura Familiar, que foi aprovada em CONSUNI, bem como a efetiva formação do Grupo de Trabalho (GT) (com a participação dos movimentos sociais do campo, como deliberado no conselho) para elaboração do projeto.
Afirmamos que esta não é a primeira vez que a Reitoria da UFAL não cumpre o que promete! A atual administração assinou um termo de compromisso (em juízo) como acordo para o fim da ocupação do gabinete da reitoria (que durou 19 dias entre outubro e novembro de 2005) que, entre outras pautas, garantia a criação 300 novas vagas de comensais até junho de 2006, e a elaboração de um projeto de ampliação do mesmo para todos a preço de custo a ser apresentado no mesmo período. Não foi apresentado nenhum projeto e o aumento do número de comensais foi aquém do esperado. Diante disso, na terça-feira (22/05/07) o movimento estudantil ocupou o Restaurante Universitário e serviu o jantar de graça aos estudantes para mostrar a necessidade de um R.U. para todos.
O histórico do descomprometimento da Reitora Ana Dayse não para por aí. A ocupação de 2005 também conseguiu que o CONSUNI aprovasse o fim de todas as taxas acadêmicas para estudantes de instituições públicas, contudo desrespeitando a decisão do conselho, voltou-se a cobrar taxas para estudantes de IES públicas. Exigimos seriedade e respeito da Reitoria, - que se cumpra a determinação do CONSUNI! E mais, queremos uma universidade pública e gratuita, portanto, que não cobre taxa alguma a qualquer estudante, seja proveniente de onde for.
Queremos também um posicionamento público da UFAL em favor da meia-passagem estudantil e contra qualquer medida restritiva a este direito. A garantia de educação pública e gratuita passa pelo seu acesso. Diante dos ataques da Prefeitura e dos empresários queremos uma resposta da universidade. Não permitimos nenhum recuo nos nossos direitos: rumo ao passe livre.
Por fim, lembramos que a luta pela educação pública se espalha em todo país e prestamos especial solidariedade aos camaradas da USP, UNESP e UNICAMP que ocupam as suas reitorias em defesa da educação pública, gratuita, de qualidade, com autonomia política - inclusive de gestão financeira - e com financiamento integral do Estado.
Abaixo segue a pauta do nosso Ato. Reivindicamos e protestamos:
- Pela formação de uma Escola Agrotécnica voltada para a agricultura familiar e para os movimentos sociais do campo.
- Exigimos a formação imediata do Grupo de Trabalho, com a participação dos movimentos do campo, tirado no CONSUNI.
- Cota de 50% na escola Agrotécnica para os movimentos sociais.
- Pelo apoio técnico da Escola Agrotécnica e da Universidade aos assentamentos rurais dos movimentos de luta pela terra.
- Pela inclusão dos Movimentos Sociais no PRONERA.
- Pelo credenciamento de estágios em movimentos sociais para os estudantes da UFAL.
- Que a Reitoria se coloque publicamente contra qualquer restrição ao uso do direito de meia-passagem estudantil.
- Pela ampliação da Assistência Estudantil.
- Por um R.U. para todos.
- Pela ampliação da Residência Universitária.
- Por uma creche gratuita e de qualidade para estudantes, funcionários (efetivos e terceirizados) e professores (efetivos e substitutos).
- Pelo fim dos cursos de especialização pagos.
- Pelo fim de todas as taxas cobradas na UFAL.
- Contra a Reforma Universitária do Governo Lula.
FRENTE DE LUTA CONTRA A REFORMA UNIVERSITÁRIA
MOVIMENTO TERRA, TRABALHO E LIBERDADE (MTL)
2 comentários:
Todo apoio aos estudantes e trabalhadores rurais!!
Parabéns à luta. O Movimento Estudantil tem se renovado e resistido.
Estudo na UERJ e estamos passando por um momento tenso no CONSUNI, em que a reitoria dá golpes nos estudantes para inviabilizar a ampliação do direito ao voto nas eleições da Universidade para os calouros e com o intuito de bloquear a luta pelo voto universal (atualmente, o voto de um professor vale mais que o de 10 alunos).
Infelizmente, a precarização do ensino público ocorre em todo o país, aqui na UERJ não temos sequer bandejão e alojamentos, apesar dos acordos(também não cumpridos) feitos com a reitoria de construção de um RU, na greve de 2006.
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