segunda-feira, 28 de maio de 2007

Nota de Esclarecimento dos Ocupantes da Reitoria da Ufal

A Frente Contra a Reforma Universitária vem construindo junto com outras entidades sindicais e populares, desde segunda-feira, a “Semana de Luta Contra as Reformas Neoliberais do Governo Lula”, realizada nacionalmente. Na segunda-feira (21) foi realizada um debate sobre a Reforma Universitária, na terça-feira um ato cultural no Restaurante Universitário (com distribuição gratuita de alimentação no RU realizada pelos estudantes) e na quarta-feira a paralisação da Ufal com o ato unificado com diversas categorias que fechou a BR-104. Ontem, no quarto dia da Semana de Luta, os estudantes junto com os trabalhadores do MTL ocuparam pacificamente o gabinete da reitoria da Ufal, fato que ganhou repercussão na imprensa local e nacional, mesmo que de forma desvirtuada quanto as nossas intenções e metodologia. Diante desses fatos, vimos esclarecer à sociedade os seguintes pontos:

1- Em momento algum houve violência por parte dos ocupantes do gabinete. Não fomos agressivos nem com os seguranças, que tentaram nos intimidar, nem com os funcionários do gabinete reitoral, que ficaram um pouco tensos no momento da ocupação;

2- Os trabalhadores do Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL) não estão sendo “usados” como escudo pelos estudantes. Caluniar um movimento legítimo dessa forma é, inclusive, um ato de covardia com o referido movimento social, que possui um histórico de luta construindo ao longo de sua existência.

3- A pauta dessa ocupação não responde apenas aos anseios mais imediatos dos estudantes universitários, mas também aos interesses dos pequenos agricultores alagoanos. A Escola Agrotécnica com ênfase na agricultura familiar, aprovada no ano passado pelo Conselho Universitário (CONSUNI), instância máxima deliberativa da Ufal, sendo mais uma conquista do Movimento Estudantil em aliança com outros movimentos sociais, até hoje não teve seu grupo de trabalho instituído, mesmo com a urgência de se instrumentalizar os pequenos agricultores para construção de uma luta efetiva em defesa da reforma agrária em um Estado dominado pela monocultura da cana-de-açúcar.

4- Os ocupantes sempre tiveram interesse em um rápido diálogo com a reitora Ana Dayse Resende Dórea, pretendendo um rápido desfecho nas negociações. Mas a própria reitora inviabilizou o diálogo com os estudantes e trabalhadores ao não comparecer em reunião no local da ocupação, às 17 horas de ontem, tal como foi acertado e inclusive confirmado pela reitora no site da Universidade.

5- Essa ocupação, além de seu caráter reivindicativo, tem a função de denunciar o descumprimento do acordo em juízo firmado pela reitoria e o Comando de Mobilização Estudantil da greve da Ufal em 2005, momento em que o mesmo gabinete estava ocupado pelos estudantes.

6- A ocupação que foi realizada com 130 pessoas pela manhã teve a adesão de mais de 100 estudantes durante o decorrer do dia, muitos se frustrando com o não comparecimento da reitoria na reunião, demonstrando a legitimidade e força de mobilização do movimento de ocupação. As demais categorias da comunidade acadêmica deram apoio ao ato de ocupação. O SINTUFAL que realizava assembléia geral aprovou uma moção de apoio à ocupação e a diretoria da ADUFAL, em reunião extraordinária, lançou uma nota pública de apoio ao movimento.

7- Por fim, reiteramos nossa intenção em dialogar com a reitora Ana Dayse no local da ocupação para que possamos expor nossas pautas e chegar a um acordo quanto ao seu atendimento.

Somos estudantes, somos trabalhadores, somos - acima de tudo - lutadores em defesa de uma universidade pública, gratuita, de qualidade e que atenda as demandas dos movimentos sociais e da classe trabalhadora.

FRENTE DE LUTA CONTRA A REFORMA UNIVERSITÁRIA
MOVIMENTO TERRA, TRABALHO E LIBERDADE (MTL)

Nenhum comentário: