“Um dos grandes deveres da
universidade é implantar suas práticas
profissionais no seio do povo”.
(Che Guevara)
Todas as cercas são malditas: desde as que privam tantas mulheres e homens de um pedaço de terra para nela plantar roças e comer seus frutos, àquelas que excluem a grande maioria do povo ao acesso à educação pública, gratuita e de qualidade.
O compromisso da Comissão Pastoral da Terra é pela construção de uma terra sem males, uma terra Livre. E essa construção perpassa necessariamente pela destruição de todas as cercas. As cercas do latifúndio serão destruídas por uma Reforma Agrária ampla e concreta, em que a terra esteja nas mãos dos que nela trabalham e que seus frutos sejam o alimento na mesa dos famintos e miseráveis. E as cercas da ignorância serão rompidas quando as escolas e universidades sejam o espaço, não de privilegiados que tenham a possibilidade de pagar para aprender, mas sim de todos e todas, independente de cor, gênero ou status sócio-econômico.
Recebemos com muita alegria a notícia que a universidade teria aprovado em seu conselho superior - CONSUNI - a construção de uma Escola Agrotécnica voltada para agricultura camponesa em Alagoas, mas infelizmente o tempo se passou e até o momento não temos nada de concreto. Entretanto, a UFAL utiliza os seus bens físicos para produção de conhecimento científico voltado para o beneficiamento do setor sucro-alcooleiro, o melhoramento da cana-de-açúcar é um grande exemplo.
É por isso que a Comissão Pastoral da Terra vem expressar seu apoio à luta dos(as) estudantes de Alagoas que ocupam a reitoria da Universidade Federal de Alagoas com o intuito de expressar seu repúdio a essa Reforma Universitária privatista e elitizante imposta pelo governo federal, bem como a práticas existentes na UFAL, como a cobrança de taxas e a restrição de parte da comunidade acadêmica ao Restaurante Universitário, dificultando ainda mais o acesso e permanência dos mais carentes ao ensino superior público.
A UFAL deve estar voltada para o bem da maioria e não para o privilégio de uma minoria que domina econômica e politicamente os rumos de nosso Estado. É o feijão, o milho, o inhame, a batata, a macaxeira que alimentam e trazem prosperidade ao povo alagoano e não a cana-de-açúcar e seus derivados.
A luta dos estudantes é a luta dos camponeses. Todo apoio à ocupação da reitoria.
Reforma Agrária.
Urgente e necessária!
Maceió, 25 de maio de 2007.
Comissão Pastoral da Terra de Alagoas - CPT
Um comentário:
o que eu estava procurando, obrigado
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